- Ativismo:
‘eu sou o que faço!’.
Ativismo tem a ver com ir, andar, fazer, acontecer, sempre verbos presentes e
ativos, que não são maus em si, mas que podem nos levar a doença do
ativismo. Mas devemos olhar para Tiago 4.13-16 e então contemplar o que
Deus o Pai fala sobre isso: “Atendei, agora, vós que dizeis: Hoje ou amanhã,
iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos
lucros. Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois,
apenas, como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez
disso, devíeis dizer: Se o Senhor quiser, não só viveremos, como também
faremos isto ou aquilo. Agora, entretanto, vos jactais das vossas arrogantes
pretensões. Toda jactância semelhante a essa é maligna”. O ativismo é um
‘modus vivendi’ que se propõe a ser e acontecer pela força da ação. Nele a
noção de êxito e sucesso está intimamente ligado à atividade. Fazer algo é o
mais importante e o que vale. Não precisamos mais contar com Deus eu é que
tenho as rédeas de tudo agora porque eu me torno o ‘bam bam bam’ do
assunto. É trabalhar sem parar, sem meditar, é pressão nos filhos, nos
empregados, no patrão, nos colegas, no trânsito, nas ovelhas , nos irmãos, nos
discípulos, na esposa (o), na família é um frenesi e uma busca da ‘perfeição’
pela ótica humana. Sempre há uma sensação de urgência e de forma alucinada
e tirânica se está sempre fazendo coisas que irão nos levar ao sucesso dos
empreendimentos. Com tudo isso os relacionamentos com Deus e com as
pessoas se tornam cada vez mais mecânicos, rápidos e desnecessários. A visão
de vencer alguma coisa é o mais importante e se faz qualquer coisa para se
chegar aquele lugar. O meu valor pessoal e a minha autoestima estão ligados
diretamente àquilo que faço e ao quanto faço aquilo.
No ativismo eu nunca estou satisfeito com os meus rendimentos, e estou
sempre em busca de mais, mais e mais, é o caminho do stress, da desilusão, da
queima da alma, do apagar do espírito e do sacrifício do corpo em prol do
Fazer. Veja em Eclesiastes 2.22-23 “Pois que tem o homem de todo o seu
trabalho e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do
sol? Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho, desgosto; até de
noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade”.
O ativista é apenas um ser humano que é escravo do tempo e do espaço,
que vive debaixo de uma tensão aterradora, esse vírus infernal tem destruído,
pastores e ovelhas da Igreja do Senhor Jesus. A visão de ter que produzir mais
e mais em cada vez menos tempo. Ele precisa mostrar resultados mas nunca é
suficiente, nuca nada estará perfeito para ele. Ele não tem paz. E isto em todas
as esferas de sua vida. Essa visão tem destruído pessoas que pensam que tem
que fazer, fazer e fazer, e fazendo e produzindo serão então amadas por Deus
e pelos irmãos, Deus me ama independente de minhas ações, aliás, ele já me
amava antes de eu ser ‘bonzinho’, leia Romanos 5.8: “Mas Deus prova o seu
próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós
ainda pecadores”.
- Como Vencer o Ativismo
Como eu posso ser curado do vírus do ativismo:
Em primeiro lugar eu preciso reconhecer que o que faço para Ele deve
ser por amor a Ele, pelo que Ele fez por mim, e por mais que eu faça nunca
será o suficiente para pagar o que Ele fez por mim. Meu trabalho então é
descansar nEle e adorá-lo. Minha ação é responsiva ou seja em resposta a
ação dEle de me amar e me salvar. Veja Salmo 44.6-7 “Não confio no meu
arco, e não é a minha espada que me salva. Pois tu nos salvaste dos nossos
inimigos e cobriste de vergonha os que nos odeiam”. Tenho atividades sim em
minha vida , mas não vida em função de um ativismo mas em função de
glorificar ao meu Senhor. Sou fiel antes de ser produtivo, sou apaixonado por
ele antes de ser ativista dEle. Amo Ele antes de Sua obra, lembre-se o centro é
Deus, atividade é o resultado disso.
Em segundo lugar, ter a consciência de que: “Se o Senhor quiser”, farei
isso ou aquilo, isto é obediência acima de atividade, é o querer saber a Sua
vontade, antes de querer sair fazendo. Enquanto acho que posso atingir meus
alvos sem orar, não irei depender dEle em oração. A ausência de oração em
uma vida é denuncia de ativismo, de autonomia própria, levo os pedidos e
repostas prontas, para apenas pedir Sua benção sobre meus projetos. Isso é
‘Crime espiritual’.
Em terceiro lugar a reposta está em Isaias 52.7 “Que formosos são sobre
os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que
anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus
reina” e em Filipenses 4.7 “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus”. Viver
mergulhado na paz de Deus, viver na paz de Deus é saber que ele reina, viver
na paz de Deus é viver em obediência sua vontade, viver na paz de Deus é
esperar em Sua paz, quando tenho necessidades e estou em lutas,viver na paz
de Deus é deixar todas as minhas atividades debaixo de seu poder, viver na
paz de Deus é viver proclamando seu reinado e sua justiça, isso mata todo o
vírus que tenta destruir nossas vidas e a vida da igreja de Cristo. Cuidado essa
doença tenta nos fazer: agir sem entender, praticar sem refletir, exercer sem
perceber. Você é muito mais importante do que aquilo que você faz, Jesus
morreu por você e não pelas coisas que você faz. Viva na dependência da
Palavra de Deus, em comunhão de oração com Ele e ele irá abençoar as suas
atividades mas sempre em conseqüência das primeiras. Trabalhe para Deus
sem medo, mas crendo que o mais importante é Jesus Cristo e Sua vontade em
sua vida.
Por: Paulo Bueno. © 2012. All Rights Reserved. Original: Livro A Síndrome de Pilatos © Paulo Bueno - www.jesusaoalcance.blogspot.com
1 comentários:
muito obrigado por esta postagem
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